Os CEOs das gigantes de tecnologia voltaram a se atacar por conta de um novo aplicativo da marca da maça.

Evitar “teorias da conspiração estimuladas por algoritmos”. Esse é o objetivo do novo aplicativo que deve acompanhar os produtos da Apple a partir dos próximos meses, segundo o CEO Tim Cook afirmou em discurso na última quarta-feira (28). A indireta foi para o Facebook, com quem troca farpas há anos por conta dos impostos da App Store.

O motivo da vez para a briga é o App Tracking Transparency, que exige dos usuários da marca da maça uma permissão explícita para que alguns aplicativos acessem seus dados, como rastreamento de navegação. Para o Facebook, cuja receita é centrada em publicidade personalizada, a mudança poderia ter grande impacto.

“Mas, no final do dia, ele tem um efeito de rede tão grande, de ⅓ da população mundial, que esse caso em específico não deve ter muita importância”, afirma Guilherme Giserman, analista internacional da XP Investimentos. “Tem muita estratégia de marketing envolvida aí”. 

A Apple vem reforçando a ideia de que considera a “privacidade como direito fundamental”. Do outro, o Facebook tenta recuperar a imagem, duramente prejudicada após escândalos como o Cambridge Analytica, no qual seus algoritmos teriam servido para impulsionar a candidatura de Donald Trump em 2016.

“As big techs brigam entre si, às vezes, mas é de interesse delas que todas mantenham a posição dominante”, avalia Giserman. “Elas devem acabar chegando a um meio termo”. O especialista afirma que mesmo que o Facebook privilegiasse a Alphabet, dona do Google e do sistema Android para smartphones, “não seria o fim do mundo para a Apple”.

Gestão de qualidade, foco no cliente, atender as necessidades é o esperado, satisfazê-los nos desafia... (Elieser Ribeiro)